Divulgação de relatório de corrupção favorece Obama, diz "Post"

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, foi favorecido na divulgação do relatório sobre o suposto envolvimento de membros da nova equipe da Casa Branca com o governador de Illinois -acusado de corrupção- Rod Blagojevich. A análise foi divulgada hoje pelo blog "Political Browser", do jornal "Washington Post".
"É chamado o benefício da dúvida. E Obama se saiu bem, pelo menos a mídia [americana] analisou dessa forma. Uma dose de ceticismo dos últimos oito anos da administração de Bush ajudou também neste momento, aliado ao fato de ser praticamente véspera de Natal", informa o blog assinado por Ben Pershing.

O jornal afirma que o "clima de festas" já contagiou a imprensa e que a divulgação do relatório, há dois dias do Natal, não escolhido de forma aleatória. Na publicação do documento, os democratas afirmaram que "não há indícios de discussões impróprias" nem com o governador nem com "qualquer um" do gabinete de Obama.

O relatório foi produzido pelos democratas a fim de investigar as provas apresentadas pelo FBI (polícia federal americana) sobre a existência de uma negociação em torno da cadeira de Obama no Senado. Segundo os agentes, a vaga estaria sendo ofertada por até US$ 1 milhão para ser entregue ao deputado Jesse Jackson Jr. O democrata negou participação no caso.

"Chega da mídia xingar. Hoje é uma manhã antes do Natal e o clima de festas está no ar. O caso de Blagojevich não é o único escândalo atualmente. Sonal Shah, um membro da transição de Obama, foi pego recentemente em uma controvérsia com um grupo hindu e nada atingiu o presidente", informa o "Post" que define o presidente como "um alvo fraco da imprensa, exceto para os paparazzi".

Nos últimos dias, a imprensa americana tem dedicado a cobertura do novo governo na divulgação de fotos das férias do presidente eleito no Havaí. Nos sites de celebridades, várias imagens de Obama sem camisa, jogando golfe e indo para a praia foram publicadas.

Um dos nomes aguardados no relatório divulgado ontem, era o do chefe-de-gabinete de Obama, Rahm Emanuel, pego nas escutas do FBI (polícia federal americana) durante a investigação. Outro nome citado pela polícia é o da principal assessoria de Obama, Valerie Jarrett, que também estaria de olho na vaga no Senado. De acordo com democratas, Valerie desistiu do cargo por ter sido convidada pelo presidente para trabalhar na Casa Branca.

Na divulgação das provas, Rod foi preso junto com o chefe-de-gabinete, John Harris, e solto no mesmo dia mediante o pagamento de uma fiança de US$ 4.500. Desde então, o governador vem sendo alvo de críticas por republicanos e democratas que pedem a renúncia do cargo.

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