EDITORIAL: Evidentemente na contramão

Enquanto parte do governo Lula se desdobra em criar pacotes para salvar setores estrangulados pela falta de crédito, como o automobilístico e o da construção civil, outra parte do governo, entrincheirada no Banco Central (BC), vai na direção oposta mantendo os juros nas alturas e encarecendo o crédito.

A decisão do BC nessa quarta-feira, 10, de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano é um paradoxo, já que praticamente todos os setores produtivos sofreram forte desaceleração nos últimos dois meses. As “barbeiragens” de Henrique Meirelles, presidente do BC, têm causado ao país duas grandes distorções. A primeira: com o Real sobrevalorizado, o setor produtivo perdeu competitividade internacional e as exportações foram drasticamente reduzidas, e junto com elas, o saldo da balança comercial. A segunda é a taxa básica de juros estipulada pelo BC e que hoje é, disparada, a mais alta do mundo.

Se antes da crise o BC já destoava dos seus pares pagando as maiores taxas de juros do planeta, agora com a crise de crédito que levou os demais Bancos Centrais a reduzirem drasticamente suas taxas de juros, o nosso BC está totalmente na contramão.

Após 6 anos no governo, o presidente Lula não pode mais creditar os problemas do câmbio e da taxa de juros à herança maldita de Fernando Henrique Cardoso. Lula é, sim, responsável pelos atos do governo, inclusive, pelos descalabros do seu Banco Central.

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