O quase ‘bola murcha’ salvador da pátria

Gisele Krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br

A velha caixinha de surpresas do futebol foi aberta novamente. O meia Ricardinho, acordou no domingo (21) com duas expectativas em mente. A primeira, e mais importante, seria o confronto contra o Avaí, valendo o título do primeiro turno do Campeonato Catarinense. O jogo prometia ser quente, pois a goleada de 5 a 1 sofrida pelo Tricolor há alguns dias no estádio da Ressacada, em Florianópolis estava entalada na garganta de todos os jogadores do JEC.

O escorregão
A segunda ficou pelo misto de ansiedade e receio de ter de aguentar a gozação dos companheiros por ter sido considerado o “bola murcha” do Fantástico, revista eletrônica da TV Globo. No jogo que colocou o Joinville na decisão, contra o Metropolitano, de Blumenau, Ricardinho foi protagonista de uma cena hilária. Na hora da cobrança de um escanteio, o meia escorregou e jogou a bola a poucos metros de distância. O resultado foi as gargalhadas das torcidas do JEC e do Metrô.

Mas, certamente, Ricardinho acordou no domingo sem imaginar o que aquele dia reservava para ele. De “bola murcha” ele passou a herói, marcando o gol que deu o título ao JEC.

Quando ninguém mais acreditava...

Herói ou não, Ricardinho fez o gol que todo jogador gostaria de fazer. Livrou o time da derrota e deu o título tão esperado para o JEC, que nos últimos anos passou por momentos difíceis. Ele fez a torcida pular com o empate no último minuto de jogo, carimbando o passaporte do Tricolor para a grande final do Catarinense 2010.

Perto do final da partida, a ansiedade já tomava conta do atleta e a torcida deixava o campo. Os torcedores da Capital brincavam nas arquibancadas, gozando dos joinvilenses com o “chororô”. Mas no último lance do jogo, uma sobra de bola nos pés de Ricardinho tornou-se a explosão da torcida tricolor.

Sorte e competência
Era uma bola difícil e que normalmente não subiria, segundo o próprio autor do gol. Mas para felicidade dos jequeanos e lágrimas da torcida azurra, a bola desviou do zagueiro do Avaí e estufou a rede. “Estava com o coração a mil. Cheguei a esquecer do cansaço”, diz Ricardo.

“Imaginei que seria um jogo emocionante, mas não tanto”, conta Ricardinho, que considera este um momento feliz para o JEC e para os jogadores. Confiante de que o time vai conseguir o título do campeonato, ele curtiu a segunda-feira de ídolo dos jequeanos.

Ricardinho adianta que as coisas não vão mudar muito e que o objetivo é continuar com a receita para fazer um bom segundo turno. Sobre o gol feito aos 49 minutos do segundo tempo, ele aponta duas causas: sorte e competência. “Fui iluminado”, finaliza.

Ricardo de Souza Silva, 24 anos, sete deles dedicado ao futebol profissional. Chegou ao Tricolor em setembro do ano passado. Traz no currículo passagens pelo Ulbra do Rio Grande do Sul, Rio Preto e Marília, de São Paulo. Ele começou a jogar aos 12 anos em sua cidade natal, no time de Votuporanga, no interior paulista.

O ‘gringo’ extravasou

Do lado de fora do gramado, como era de se esperar depois de uma partida tão importante, o técnico Sérgio Ramirez chorava pelo empate inesperado naquele momento do jogo. Depois, ele foi agradecer à equipe pela partida que moveu a Arena no último domingo.

As comemorações já terminaram e a rotina de treino de oito horas por dia foi retomada pelos jogadores na última quarta-feira (24). Até então, o time pode curtir dois dias de folga. Com vaga garantida para a final do Catarinense, a equipe pode conquistar o título se vencer também no returno.

O tricolor estreia no returno fora de casa, contra o Criciúma, no estádio Heriberto Hulse no domingo 28.

COMPORTAMENTO: A tribo, o dominó e a praça

Gisele krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br
Onze mesas, quarenta e quatro bancos e 28 peças de dominós para cada equipe. Antes mesmo do movimento das lojas, tudo é montado para a sessão de jogos que pode começar às 6 horas. Aposentados, taxistas e até um engraxate, que distribui seu tempo entre o dominó e o trabalho, passam o dia na Praça Nereu Ramos em busca de diversão e boa conversa. O grupo recebe mais de 100 integrantes diariamente. Até um clube foi formado para organizar os torneios, que ocorrem durante o ano. Hoje, eles são personagens que fazem parte da história da praça.

Um dos nomes mais conhecidos do dominó é o seu Penha. João Antônio de Ávila, 74 anos, ganhou este apelido porque era amigo de um bêbado que vivia no Mercado Municipal, chamado Eliseu da Penha.

Penha aprendeu a jogar dominó em 1960, quando veio morar em Joinville. De lá para cá, não faltaram finais de semana em jogos nos bares. Os que saltam à memória do aposentado são o bar do Geraldo, na rua Santa Catarina, e o bar do Vigia. “Todo final de semana ia para lá, jogava e comia churrasco. Era um tempo bom aquele”, lembra.

HISTÓRIA DE UM TRABALHADOR
O crescimento de Joinville e o tão aclamado progresso marcaram a vida de Penha. Marcas estas que ele traz nas mãos. Enquanto trabalhava na construção do aeroporto como carpinteiro, ele cortou os dedos da mão esquerda, em 1971. Foram 73 dias de dor. Agora, deixa as peças de dominó na mesa, já que não há como segurar com uma das mãos porque teve vários dedos amputados.

Em 1978, Penha conseguiu a tão sonhada aposentadoria. Passou a curtir a casa e se dedicou ao dominó.

Atualmente ele chega às 5h30 da manhã à Praça Nereu Ramos e deixa o posto de jogador somente no cair da noite. Entre os colegas é conhecido por uma característica marcante: o hábito de fumar. Mas não é qualquer cigarro que ele fuma e sim um palheiro. “Palheirão espanta mosquito”, dizem os colegas.
Depois de quase 50 anos de jogo, ele dá dicas sobre o dominó. “Tem que ser esperto no jogo e trancar as duas pontas. Assim o adversário não tem como jogar”, explica. Penha, como todo jogador, brinca com os colegas e diz que a turma está meio fraca no jogo.

O engraxate jogador

Não é só de aposentados que o grupo de dominó se compõe. Há também a tribo dos taxistas que dividem espaço nas mesas. José Machado, 65 anos, diz que não joga, mas observa o grupo diariamente. Conta que já no começo da manhã, Penha, Régis e Aldo estão na mesa com os dominós nas mãos.

Aldo é engraxate, mas o número de partidas que joga diariamente é bem superior ao número de clientes atendidos. Coloca o acessório de engraxar sapatos no lado e nas mãos segura pedras de dominó. Às vezes até arruma alguns clientes no local.

“É diversão. Um passa tempo”, diz o engraxate. Ele fica nos jogos até 18 horas. Depois pega o ônibus e volta para a casa, que fica no bairro Boa Vista.

Estas histórias são algumas das muitas que pertencem a cada homem de cabelos brancos, meio careca, de camisa branca ou vermelha, que senta na praça para procurar diversão e os amigos em partidas de dominó.

A quantidade de jogadores é tanta que chegou a ser formado um clube. A Associação Amigos do Dominó é presidida pelo aposentado Nilton Machado. Ele ajuda a organizar os torneios e comemora a quantidade de duplas inscritas. “No ano passado eram 200 duplas na competição. Este ano já tem 250”, conta.

Só um evento é atualmente capaz de acabar provisoriamente com a alegria das centenas de velhinhos que frequentam a praça. A visita da chuva é o que atrapalha a diversão. Atualmente na praça há um palco coberto, mas parte da cobertura está quebrada, possibilitando a entrada da chuva. Em coro, só há um pedido que fazem para que tudo se torne perfeito: uma área coberta.

Com esse desejo atendido, acabam-se os dias em que os “velhinhos” se espremem, logo em frente, na cobertura do ponto do táxi.

A SEMANA: Ventos fortes derrubam figueiras da Beira-rio

Novamente a tempestade durou poucos minutos, mas foi suficiente para instalar o caos no trânsito de Joinville. No final da tarde da terça-feira (23), novas rajadas de ventos ocasionadas pelas tradicionais tempestades de verão derrubaram árvores, detelharam casas e deixaram a população em estado de alerta.

As zonas mais atingidas foram a Norte (América, e Santo Antônio) e Leste (Iririú e Aventureiro). Mas nem as figueiras da Avenida Beira-rio escaparam da força dos ventos, duas delas tombaram sobre o asfalto impedindo a passagem de veículos e pedestres em frente à Câmara de Vereadores e o Fórum de Joinville.

Já no Iririú, além do transtorno, prejuízos. Dois veículos ficaram completamente destruídos. Um deles foi atingido por uma tora de árvore e quase partiu ao meio. Já no binário do Iririú, um outro automóvel foi atingido por um telhado que se desprendeu de uma obra em construção. Segundo a Polícia Militar e os bombeiros, ninguém saiu ferido.

ULYSSES GUIMARÃES: Moradores gritam por socorro, em vão

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br
Espremido entre o Adhemar Garcia e Jarivatuba, de quem foi desmembrado há pouco mais de cinco anos, o bairro Ulysses Guimarães possui um dos piores déficits de ruas asfaltadas em Joinville. A situação piora principalmente entre moradores localizados no assentamento precário conhecido por Juquiá, onde é visível a sensação de abandono por parte da administração municipal. No Juquiá, conseguir o ensaibramento de alguma via é considerado uma tarefa quase impossível.

Das cerca de 60 ruas do Ulysses Guimarães, que somam 15,5 quilômetros de extensão, apenas 1,5 quilômetro tem asfalto. Não há outro tipo de calçamento que melhorem as condições para pedestres e motoristas na maior parte das vias, restando nada menos que 13,9 quilômetros mantidos em saibro, que em dias de chuva reservam incontáveis buracos e muita lama.

Para tentar driblar o problema, estudantes e trabalhadores saem de casa com sacos plásticos protegendo os calçados. “Isso se quiser chegar um pouco limpo na escola ou trabalho”, diz a dona de casa Joraci Soares, moradora de uma rua sem nome. A referência de sua casa é o poste 40 e lote 7 da rua Dílson Funaro, uma das principais vias do bairro que empresta o nome para servir de endereço a centenas de moradores sem endereço oficial.

Recentemente, vizinhos de Joraci se cotizaram na compra de entulho que foi usado na conservação de algumas ruas, permitindo a aproximação de caminhões da coleta de lixo. “Brigamos muito para a secretaria regional (do Paranaguamirim, unidade administrativa que cuida do Ulysses) mandar a patrola para remendar as ruas, mas não adianta. Então nós mesmos resolvemos agir”, afirmou o comerciante José Benedito Trisoti.

‘Só pela misericórdia de Deus’

A situação piora no Juquiá quando a chuva faz transbordar as valas a céu aberto que cortam a região e representam o sistema de águas pluviais e de esgoto doméstico. “É tudo misturado e as crianças brincam no meio da sujeira. É só pela misericórdia de Deus”, desabafou Adriane Sandra Santos de França, também moradora da “Dílson Funaro”.

Para a dona de casa Ana Maria Pereira Ribas, moradora da rua que há poucos meses recebeu novos vizinhos que ocuparam uma área de preservação, existem regiões que não poderiam se chamar de bairros. “O Ulysses é um desses lugares”, disse ela. O desempregado Helio Alves, um dos novos vizinhos, concorda: “Se a gente precisar de uma ambulância, pode esquecer porque o carro não entra nas ruas”.

‘Onde está o dinheiro?’
Até hoje, moradores do Ulysses Guimarães se perguntam aonde foi parar o dinheiro liberado pelo Ministério das Cidades, via Caixa Econômica Federal, para implantar os sistemas de drenagem e rede coletora de esgoto em boa parte do bairro. A placa anunciando o investimento de R$ 3,1 milhões, que beneficiaria 632 famílias, está quase no chão.

O império Gidion e Transtusa; serviço público sem licitação

Jacson Almeida
jacson@gazetadejoinville.com.br
Submeter o sistema de transporte coletivo de Joinville a uma licitação em que predomine a livre concorrência entre empresas, como manda a Constituição Federal, vai depender de coragem e força política do prefeito Carlito Merss (PT) ou de outros que virão. Desde 1963, na gestão do prefeito Helmuth Fallgater, as empresas de ônibus iniciaram a prestação de serviço com contratos, sempre prorrogados pelos prefeitos até os dias atuais. Ao contrário de transformar o transporte coletivo em um serviço público, ao longo da história governantes optaram pelo privado, tornando os joinvilenses reféns das empresas. Atualmente, quem dá as cartas são a Gidion e Transtusa, que têm garantia de prestar serviço até 2013.

PREFEITURA GARANTE LICITAÇÃO
No entanto, a esperança de abrir licitação antes mesmo do término da concessão foi adiantada pelo diretor executivo do IPPUJ (Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville), Vladimir Tavares Constante. Segundo ele, é um desejo do atual governo antecipar e abrir um processo licitatório. “Vai ter que ter processo de licitação”, adianta.

AUMENTOS ACIMA DA INFLAÇÃO
Aumentos de passagem acima da inflação, manifestações, perseguições e monopólio, fazem parte da história do transporte coletivo da cidade. Hoje, segundo dados das próprias empresas concessionárias, são aproximadamente 3,2 milhões de passagens por mês, pagas por joinvilenses que em horários de pico viajam como “sardinhas em lata”.

Se os estudantes não têm passe livre, por outro lado as empresas tiveram sinal verde dos governos para aumentar a passagem de acordo com os próprios cálculos, fazendo com que desde 1996, quando a passagem custava R$ 0,60, aumentasse 241,6% até 2008, enquanto a inflação acumulada no período foi de 132,4%. Sem contar o aumento concedido pelo atual prefeito Carlito Merss, que deu mais 12,2% para os donos das empresas – já a inflação medida entre agosto de 2007, data do último reajuste no governo Marco Tebaldi, e maio de 2009, foi de 10,54%, segundo dados do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

“Carlito deveria ter chutado o balde”

Para o vereador Adilson Mariano (PT), o prefeito Carlito Merss deveria ter “chutado o balde” já no começo da gestão no que diz respeito ao transporte coletivo. Era só dizer “não quero mais vocês aqui” e atualmente, um ano depois, a “poeira” já estaria baixa. Mas pelo contrário, o Executivo concedeu aumento desejado pelas concessionárias, ficando nas mãos delas.

O sistema de transportes em Joinville sempre viveu manobras a favor das empresas. Um fato exemplar aconteceu antes da Constituição Federal de 1988 ser promulgada. O então prefeito Wittch Freitag prorrogou o contrato com as empresas concessionárias, permitindo que elas permanecessem mais 10 anos prestando serviço. Assim, a Gidion e Transtusa conseguiram uma lacuna na nova Constituição, que ordenava licitação imediata para serviços públicos. Além disso, segundo o vereador Adilson Mariano (PT), nunca houve uma fiscalização para saber sobre o gasto real e o faturamento das empresas, somente dados informados pelas mesmas.

COMPLETA REFORMULAÇÃO
Mas o diretor executivo do IPPUJ, Vladimir, destaca que está em andamento no IPPUJ o Plano de Mobilidade e Transporte Setorial que visa pesquisar e identificar como se move o joinvilense. De acordo com ele, esses dados serão analisados ainda este ano. Vladimir deixa claro que com isso o governo pretende fazer uma reformulação do sistema de transporte atual e assim abrir licitação.

Pesquisas feitas há vinte anos mostravam usuários insatisfeitos

O que hoje não é comum, antigamente era realidade. Nos dias atuais as empresas de ônibus apresentam seus próprios relatórios sem serem questionadas por parte do poder público. Isso faz com que o Executivo não possa exigir nada, pois não fiscaliza. Portando, aceita os números repassados pelo setor privado. No entanto, em 1985, no governo de Freitag, algumas avaliações foram realizadas no transporte coletivo. E desde daquela época, há mais de 20 anos, já existia insatisfação entre os joinvilenses.

No dia 12 de outubro de 1985, o extinto jornal “Extra” trouxe uma pesquisa realizada nos coletivos urbanos. Na época, apenas 1% das pessoas entrevistadas elogiaram o serviço de transporte coletivo e 75% reclamaram, como por exemplo, dos horários dos ônibus. Além disso, 18% dos pesquisados já não engoliam o preço da tarifa.

A pesquisa denominada “Críticas ao Sistema de Coletivos Urbanos” foi feita pelo Serviço de Controle e Pesquisa de Transporte da Secretaria de Planejamento e Coordenação da prefeitura.

Reivindicação antiga
Naquela época, os joinvilenses já pediam mais empresas para a concorrência entre as detentoras do transporte. Dos entrevistados (688 pessoas) 10% solicitaram instalações de novas empresas para acirrar concorrência. Ou seja, nada mudou em mais de 20 anos. Nos tempos atuais, as pessoas vão às ruas, desde 2003, manifestarem sua indignação com o preço da tarifa. No entanto as empresas sempre conseguem o que querem.

Mudança
O próprio prefeito Carlito Merss (PT) também já foi inconformado com a falta de licitação do transporte coletivo de Joinville. No dia 03 de fevereiro de 1995 o então deputado estadual petista entrou com uma ação popular contra o prefeito da época, Wittch Freitag, e os antecessores que autorizaram a concessão do serviço. Merss queria a anulação do contrato.

História

Em 1969 a família Harger, proprietária da Transtusa, entra no ramo de transporte coletivo. Reinoldo Harger entrou em sociedade e assumiu 50% da empresa Transporte e Turismo Santo Antônio Ltda. Já em 1971, quando há uma divisão no transporte de Joinville, a empresa passa a ser 100% do Harger. Enquanto a Gidion fica com José Loureiro, que em 1978 sai do setor de transportes e passa o negócio para a família Bogo, de Blumenau. A Gidion e Transtusa, com os novos donos, permanecem até hoje, mais de 30 anos, sem ter licitação.

Prefeitura proíbe manifestações no desfile de aniversário da cidade

A Prefeitura de Joinville decidiu este ano proibir apresentações, ou até manifestações, em frente ao palanque de autoridades, onde estará o prefeito Carlito Merss (PT) no tradicional desfile de 9 de março, quando a cidade comemora 159 anos. Essa ação impossibilitará que entidades insatisfeitas com o Governo Municipal possam manifestar pedindo atenção do prefeito, como ocorreu em anos anteriores.

A nova norma foi divulgada pela própria Secretaria Municipal de Comunicação (SECOM). O documento delimita ainda o número de participantes de cada entidade e obriga cada grupo fazer inscrição previamente para se apresentar.

Além de causar alvoroço na oposição e na imprensa, a decisão do governo petista deixou integrante do próprio partido inconformado. O vereador petista Adilson Mariano diz que essa atitude da prefeitura é inadequada e inoportuna. “Como pode num país democrático, um prefeito proibir a manifestação. É um absurdo”, afirma o parlamentar.

Mariano explica que se o povo sabe que tem uma norma, se sente constrangido. Para ele, isso pode atrapalhar as possíveis manifestações. O petista conta ainda que o Partido dos Trabalhadores nasceu combatendo a Ditadura Militar.

‘Isso fere a democracia’, diz vereador

Se político do próprio partido está descontente, na oposição não é diferente. Segundo o vereador Maurício Peixer (PSDB), “é incoerente a ação do governo. Antes defendiam, agora estão contra”, argumenta o tucano. Para ele, o termo ‘apresentações’ coube como uma forma de proibir manifestações em frente ao palanque das autoridades.

Peixer já adiantou que vai entrar com pedido de informação e também acionará o Ministério Público e a Justiça. “Estranhamos a postura do partido. Isso fere a democracia. É ridículo”, esbraveja. Para o tucano, Carlito está com medo de manifestações.

Essa é a segunda vez que a prefeitura interfere em atos públicos e acaba com possíveis protestos contra o governo. O primeiro foi o cancelamento das comemorações do dia da Independência da República, alegando o surto de gripe A. No entanto outros eventos de grande porte realizados pela prefeitura naquele mês não foram cancelados.

Assim, em 2009, Joinville deixou de ter o Grito dos Excluídos, quadro tradicional em que diversos grupos sociais protestam contra injustiças e pedem atenção aos setores mais oprimidos da sociedade.

O que diz a prefeitura

A assessoria da prefeitura rebate e diz que essa regulação é somente para não atrasar os desfiles e manter a ordem das apresentações. O documento de regulação aponta ainda que os objetivos do desfile devam ser: promover a celebração do aniversário da cidade, possibilitar aos participantes apresentar projeto de caráter social e comunitário, além de transformar o local em alameda de lazer para a família.

Desfile temático
Para completar a lista de regras, pela primeira vez o desfile terá um tema, que será “Como gosto de você Joinville”.
Ao todo são 15 artigos apresentando todas as normas para que uma entidade possa participar do evento. O documento não foi datado e está publicado no site www.joinville.sc.gov.br.

EDITORIAL: O modelo Hugo Chávez

O sonho do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é controlar os órgãos de comunicação do seu País, principalmente os que lhe fazem oposição.

Apesar de publicamente afirmar que é a favor da liberdade de expressão, Chávez tem aproveitado todas as brechas constitucionais para fechar emissoras de rádio e TVs contrárias a seu governo.

No Brasil, durante muitos anos os partidos de esquerda, entre eles o PT, trataram Hugo Chávez como um líder a ser seguido, um modelo. O mundo mudou, a realidade mudou, mas parte do PT não mudou.

O presidente Lula, amigo de Hugo Chávez e Fidel Castro, mudou. Primeiro tornou-se o “Lulinha paz e amor” para ganhar as eleições em 2002, depois livrou-se de radicais como o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para escapar do escândalo do mensalão. Lula percebeu que o estilo Chávez/Fidel/Zé Dirceu de governar pela radicalização não é adequado para o Brasil. No entanto, parte do PT continua seguindo a doutrina aprendida por Jose Dirceu, o “comandante”, em Cuba na década de 1970.

O prefeito Carlito Merss é um desses seguidores. Na busca incessante de controlar a imprensa de Joinville, admitiu que chama os donos de televisão, rádio e jornal para entrar em acordo sobre o tom das notícias que falam sobre sua gestão.

Em 2010, Carlito terá R$ 11 milhões para gastar com publicidade, com os órgãos de comunicação que forem “simpáticos” ao seu governo. A imprensa que fizer críticas a gestão petista está “fora” da publicidade oficial.

Nos últimos dias novos sinais preocupantes de cerceamento da liberdade de expressão foram emitidos. No primeiro caso, a Justiça impediu que a prefeitura retirasse das ruas os outdoors que criticavam Carlito no caso do aumento do ônibus.

Agora, regras criadas pela prefeitura, impedem manifestações populares no desfile de 9 de março.

Os tempos mudaram, mas não para o Chávez de Joinville.

TRIBOS DE JOINVILLE: Vegano, com orgulho

Gisele Krama
giselekrama@gazetadejoinville.com.br

Pode ser por ideologia, gosto, compaixão ou saúde. Mas todos são iguais em um ponto: não comem carne. Grupo que aumenta cada vez mais, os vegetarianos ganham notoriedade no Brasil. Conhecidos também como veganos, pessoas que optam por essa dieta não consomem carne e produtos derivados do animal, seja leite, ovos ou mel. Também há o ovolacteovegetariano, que só deixa de lado as carnes.

Em Joinville, como em todo o país, o número de vegetarianos cresce e chama atenção até de empresas que antes só dependiam da carne de animal, como a Sadia, mas que hoje possuem suas linhas de produtos a base de soja.

Não comer carne parece incomum para muitos, mas para adeptos do vegetarianismo é simples. Optar por saladas, massas, soja e outros alimentos a base vegetal é difícil, mas não impossível. Uma pesquisa do Instituto Ipsos, que é líder mundial no fornecimento de pesquisas de opinião pública e social, mostrou que o Brasil é o segundo país onde o número de vegetarianos mais cresce, ficando atrás apenas do Canadá.

Ativista do vegetarianismo, o estudante Bruno Isidoro Pereira, 21 anos, deixou de comer carne na adolescência por causa da compaixão com os animais. Ainda pequeno, sentia pena e até chorava quando morria alguma espécie. “Não comer carne é uma questão de ética e respeito à vida do animal e do ser humano”, explica.

Muitos carnívoros ainda sustentam a ideia de que seria impossível parar com a alimentação a base de carne e que o vegetariano nunca gostou de ser carnívoro. Mas Bruno mostra que a história é diferente. Antes de se tornar vegetariano, só havia espaço para três coisas em seu prato: arroz, farofa e carne. “Não posso negar que carne era um negócio bom, mas a ideologia é maior que a vontade. Eu tenho consciência de fazer o certo”, explica Bruno.

Em quase seis anos sem derivados de animais, ele conta que uma das principais diferenças é o consumo de maior variedade de alimentos.
Mesmo com o crescimento do ativismo ainda existem preconceitos. Bruno lamenta muitos estereótipos que as pessoas sustentam como dizer que vegetariano é “natureba”. “Eu não gosto de alface”, ironiza.

“As pessoas e o próprio mercado de alimentação ainda não estão preparados para este grupo. Quando um vegetariano chega a um restaurante, sempre tem que ficar perguntando se certo prato é feito com derivados de animais.”

Emporium: onde a tribo se encontra

Mas nem tudo é tão difícil assim. Um ponto de encontro de vegetarianos e até de curiosos é o restaurante vegetariano Emporium, também loja de produtos naturais. Jairo Dias, proprietário do comércio, conta que em quatro anos de restaurante, já cativou um público diário de aproximadamente 120 pessoas.

Em alguns estabelecimentos da cidade, como o do Jairo, e o Giassi, os consumidores podem achar chocolate, leite condensado, creme de leito, suco, massas e até queijo sem origem animal, a base de soja.

“Cada dia aumenta mais o público que não come carne e opta por uma alimentação natural”, explica o comerciante. Conforme ele, que já participou de vários cursos sobre alimentação, a carne traz mais malefícios do que benefícios. Mas uma surpresa para Jairo é que muitas pessoas, mesmo acostumadas a comer carne, procuram o restaurante.

Segredo está no tempero
Mas o proprietário conta que a culinária vegetariana exige tempero e bom agrado. “A equipe é o ponto chave do tempero”, adianta. Nos pratos feitos no Emporium não há tempero artificial ou qualquer produto não-natural que modifique o sabor dos alimentos.

Apesar de não ser totalmente vegetariano, Jairo não come carne vermelha há mais de 20 anos.

Bom para se morar, ruim para transitar

Dinilson Vieira
dinilson@gazetadejoinville.com.br

Considerado um dos bairros mais tradicionais de Joinville, o América que também é referência por servir de endereço ao Ginásio de Esportes Deputado Ivan Rodrigues e ao Centreventos Cau Hansen, apresenta números interessantes. Mais de 70,31% de seu território de 4,54 quilômetros quadrados são cobertos por rede de esgotos, impedindo que a sujeira produzida em casas atendidas pelo sistema se misture à rede de água pluvial – o que não significa a solução dos problemas, pois os dejetos ainda caem no rio Cachoeira sem tratamento.

Além disso, o bairro deve apenas 2.850 metros de asfalto de um total de 52,1 quilômetros que cobrem sua malha de 127 vias públicas. Como índice de comparação, por exemplo, no Centro o déficit de asfalto é de irrisórios 220 metros, mas o total de ruas não chega a somar 19 quilômetros.

O América é endereço de 40 indústrias, 690 pontos comerciais e de nada menos que 1.366 serviços espalhados por ruas bastante conhecidas, caso da Dr. João Colin, Blumenau, João Pessoa, Timbó, Max Colin, Visconde de Mauá, Orestes Guimarães, XV de Novembro e Lages. Outro número que chama a atenção é a renda média por chefe de família de R$ 1,800,00, valor que só o faz perder para o Atiradores e o próprio Centro, segundo o Diagnóstico Social da Criança e Adolescente, realizado pelo Conselho Municipal da Criança e Adolescente e Prefeitura.

“Moro no América há 76 anos, nasci aqui. É um bairro em que todos se respeitam. Se passa alguém dirigindo um carro muito rápido, pode ter certeza que não é daqui”, afirma o comerciante da rua Max Colin, Paulo Getulio Boehm, que já foi vereador da cidade por três vezes. Sua última legislatura data de 1973. Marcos Hardt, cliente assíduo da mercearia de Paulo Getulio e morador da rua Orleans, concorda: “Estamos no melhor lugar da cidade. Para melhorar, só cuidando do rio Cachoeira (bacia do qual pertence o América)”.

O bioquímico Omar Amin Ghanem Filho, que morou no América 25 anos, atualmente ainda passa a maior parte do tempo trabalhando no bairro, em um laboratório de análises clínicas localizado na famosa esquina das ruas Blumenau e Max Colin. Ele nunca deixou de gostar da região: “É bonita, de localização privilegiada e com infraestrutura completa. Também acho o trânsito tranquilo e a segurança, boa. Sou um entusiasta do América”, admite Omar.

O América também é endereço do Museu de Arte de Joinville (MAJ), situado na esquina das ruas Jaraguá e XV de Novembro, em frente à Cidadela Cultural Antarctica. Funcionária do local há três anos, a educadora de museu Alcione Resin Risteu faz elogios ao bairro: “É agradável, pois sua área comercial não é conturbada”.

“A administração sabe nos enrolar”

Vice-presidente da Associação de Moradores e Amigos do América, Jordi Castan faz críticas ao bairro visíveis de serem constatadas. Alguns minutos de observação bastam para se verificar os problemas de trânsito no trecho de mão dupla da Max Colin, entre as ruas Jaraguá e Campos Salles. “Há comércios e carros estacionados nos dois lados da rua. É um perigo tanto para motoristas quanto aos pedestres”, afirmou Jordi.
“Faz tempo reivindicamos a construção do binário Max Colin/Timbó, mas o que a administração sabe fazer é nos enrolar”, completou ele. Responsável pela sinalização viária no município, a Conurb (Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Joinville) foi procurada pela reportagem para falar sobre o assunto e não deu retorno. A secretária regional do Centro, Rocheli Grandene, também não respondeu à Gazeta.

Descaracterização
Em texto publicado no blog da Associação de Moradores e Amigos do América (http://bairroamerica.blogspot.com), o arquiteto Sérgio Gollnick não concorda muito com a qualidade de vida do bairro. Segundo ele, o América está sendo progressivamente descaracterizado, isolando-se em alguns lugares e cercado por vias cada vez mais rápidas, “metamorfoseando-se em ilhas, situação que só agora alguns parecem reconhecer”.

De acordo ainda com o texto, cada vez mais o América vem se transformando de um bairro predominantemente residencial para uma zona de transposição da cidade. “Áreas importantes de Joinville pela sua história e peculiaridades são diariamente violentadas de forma verdadeiramente intolerável”, diz o arquiteto.

O vereador Adilson Mariano (PT), que mora no Aventureiro, elogiou o América (“é um bairro em ótimas condições”), mas criticou a forma como se pretende conquistar melhorias. “São moradores mais bem informados, mas tentam conquistar através de amizades. E só diálogo não resolve. No América, o trânsito é tão ruim como em toda a cidade”.

EDITORIAL: Forasteiros

Não era uma simples entrevista, afinal pela primeira vez, em mais de cinco anos, o político Darci de Matos falaria ao jornal, que segundo ele, foi um dos principais responsáveis pela sua derrota nas últimas eleições.

Foram várias conversas preliminares até que ela fosse finalmente agendada. A poucos minutos do horário marcado a assessoria de Darci ainda tentava mudar o local da entrevista, da sede da Gazeta, para o gabinete do deputado.

Ao chegar à redação, era visível a tensão de Darci. Acostumado a grandes debates, parecia desconfortável diante dos possíveis questionamentos que seriam colocados.

Além disso, desde que perdeu as eleições para o atual prefeito Carlito Merss, Darci preferiu o silêncio, dando tempo para que a nova gestão pudesse desenvolver seus programas de governo.

Darci esperou 13 meses para finalmente falar do novo governo de Joinville. Aproveitou a sabatina para fazer críticas duríssimas aos ocupantes da prefeitura, insinuando que eles fazem muito debate e muita discussão sem nenhuma objetividade. “Eu espero que eles trabalhem. Levantem cedo, toquem os projetos e cumpram aquilo que prometeram” cobrou o parlamentar.

Pela primeira vez um político responsabiliza diretamente os secretários “de fora” de Joinville pela paralisia que a prefeitura enfrentou durante todo o ano passado. Darci se referiu a eles como forasteiros. Pessoas que não conhecem a realidade da cidade e que vieram para a campanha petista e acabaram ficando em postos chaves na prefeitura.

A entrevista completa você lê aqui

Darci de Matos quebra o silêncio: É uma gestão de falácias. Uma maquiagem

Da redação
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Ele ficou em segundo lugar nas eleições de 2008 para a Prefeitura de Joinville e até o momento vinha evitando criticar diretamente a administração do prefeito Carlito Merss (PT). Em entrevista exclusiva à Gazeta, o deputado estadual Darci de Matos (DEM) quebra o silêncio de mais de um ano e faz questão de relembrar: “Nós tentamos alertar a população sobre as experiências mal sucedidas de Blumenau, Chapecó, Itajaí e Criciúma. Mas, como havia um desejo de mudança, o PT ganhou as eleições e a prova está aí: faltam apenas dois anos e 11 meses para essa gestão e o governo ainda não disse a que veio”.

Darci classificou como irresponsável as inúmeras desculpas encontradas por Carlito para justificar sua má administração. Para ele, o tempo de desculpas acabou. “Eu espero que eles trabalhem, levantem cedo, toquem os projetos e cumpram aquilo que prometeram”, enfatiza.

O deputado também não poupou elogios à atitude do também deputado estadual Kennedy Nunes (PP) no episódio do rompimento com Carlito Merss depois do aumento da passagem do transporte coletivo. “Kennedy foi coerente.

O Kennedy tem essa personalidade e resolve rápido as coisas. Eu achei um ato corajoso da parte dele ao demonstrar que o prefeito não cumpriu a palavra com ele”. Sobre a promessa de baixar a passagem de ônibus para R$ 1,85, pregada por Darci durante sua campanha, ele afirmou ainda ser possível.

Medindo as palavras, Darci não se furtou em comentar sobre o escândalo envolvendo seu nome com o do ex-secretário da Saúde Norival Silva, preso e condenado em primeira instância sob a acusação de formação de quadrilha.

O parlamentar ainda fez uma avaliação do cenário político para 2010 afirmando que o senador Raimundo Colombo (DEM) inquestionavelmente é candidato ao Governo do Estado.

A avaliação de Darci de Matos sobre o governo Carlito

Os problemas de gestão

Primeiro é a falta de experiência do próprio Carlito que nunca foi gestor. Ele sempre foi parlamentar e atuou com a filosofia de crítica aos governos. Aliado a isso, a escolha de secretários “de fora” de Joinville, que não conheciam a realidade da cidade, como é o caso do Planejamento, do IPPUJ e outros que estão no terceiro escalão. O outro motivo é a filosofia petista, que é de muito debate, muita discussão e de muitos conselhos sem nenhuma objetividade.

Repetindo erros

Na eleição nós tentamos alertar a população sobre as experiências mal sucedidas de Blumenau, Chapecó, Itajaí e Criciúma. Mas, como havia um desejo de mudança o PT ganhou as eleições e a prova está aí, onde faltam apenas dois anos e 11 meses para terminar o governo e ainda não disse a que veio. Está desencontrado e não está conseguindo assumir os compromissos assumidos na campanha.

Mudando o discurso

Carlito achou que tudo era fácil. Que em 100 dias resolveria o problema da saúde, que construiria elevados, abriria avenidas. Ele teve um discurso de campanha e agora tem um discurso de gestão. Não conhecia a máquina e foi irresponsável com suas propostas.

Cabide de Empregos

Antes o Carlito dizia que a prefeitura era um cabide de empregos e agora manda um projeto para criar cargos comissionados. Vejam a questão do nepotismo. Eles continuam questionando a Justiça quando a Justiça disse que é nepotismo.

Aumento do ônibus e da água

Logo que assumiram a prefeitura promoveram o aumento da passagem do ônibus, acima da inflação, o que estoura o bolso do trabalhador. Sendo que ele tinha assumido com o Kennedy que baixaria a passagem. Tanto é que o Kennedy coerentemente rompeu com ele. A água? Eu apanhei muito na campanha em relação a isso. Viviam dizendo que era a água mais cara de Santa Catarina e do Brasil. E ele vem e aumenta a água que é um recurso gratuito. Não precisava aumentar.

As bolsas da Univille

Na educação o secretário Marquinho Fernandes está fazendo política nas escolas trocando os diretores. E a dívida com a Univille? Viviam alardeando que a prefeitura irresponsavelmente não repassava o dinheiro, que alunos iriam perder a bolsa. E agora? Assim que Carlito assumiu pediu um parecer jurídico e mudou o discurso novamente. Ele não repassa nem o dinheiro mensal e nem o atrasado.

O aumento das filas na Saúde

A saúde que ele (Carlito) disse que iria resolver em 100 dias? Ou ele não conhecia ou estava brincando com as pessoas. Passou um ano e três meses e o que foi feito pela saúde? As filas aumentaram, existem mais de 40 mil pessoas esperando uma consulta especializada ou um exame. O asfalto é importante mas pode esperar um, dois, três ou cinco meses. A doença não espera, ela mata.

Um ano de desculpas

Eu até estou curioso para saber qual serão as próximas desculpas dele. No início foi o rombo de R$ 100 milhões que era uma mentira. Depois que a equipe era nova e precisava conhecer a máquina. Agora passou mais de um ano e vamos ver o que eles vão alegar. Eu espero que eles trabalhem. Levantem cedo, toquem os projetos e cumpram aquilo que prometeram.

Gastos com publicidade

Na campanha, Carlito batia na verba da comunicação que era R$ 7 milhões. Agora ele pediu 15 e deram R$ 11 milhões. Mais uma incoerência, porque ele dizia que era muito dinheiro pra comunicação. Ou não conhecia ou estava brincando com a população.

O rompimento de Kennedy

O Kennedy foi coerente. O Kennedy tem essa personalidade e resolve rapidamente as coisas. Eu achei um ato corajoso da parte dele ao demonstrar que o prefeito não cumpriu a palavra com ele. O Kennedy disse, no segundo turno, que somente estava apoiando o Carlito porque ele tinha se comprometido com suas propostas. Ele fez o que tinha que fazer.

A mentira do rombo

Eu já encontrei muitas pessoas nas ruas afirmando que estão com saudades do Tebaldi. O Tebaldi fez uma gestão administrativa muito equilibrada. Pagava em dia, repassava as subvenções. Eu conhecia a situação da prefeitura. Eles, do PT, quando assumiram começaram com aquela bravata de que tinha R$ 100 milhões de dívida para tentar desmoralizar o governo anterior. Mas, a mentira tem perna curta e o Tribunal de Contas deu o veredicto.

Os secretários forasteiros

Falta experiência no secretariado. Tem muita gente que não é daqui, que veio para a campanha e está aí. Falta objetividade, falta experiência. Eles não conseguem fazer uma gestão a altura do que a cidade precisa.

Passagem a R$ 1,85

É possível. Eu vou explicar. Fiz um acordo com o Tebaldi que faria como o Kassab fez em São Paulo, daria subsídio para a passagem. As empresas reclamaram muito na época, queriam aumentar. Tanto é que eu tenho um projeto de lei que tramita na Assembleia, tirando a incidência do ICMS do óleo diesel para o transporte coletivo.

De onde viria o subsídio

Da prefeitura, do gabinete do prefeito, da publicidade e de diárias, que são atividades de onde você pode cortar.

Propaganda exagerada

É uma gestão de falácias. Uma maquiagem. Eu nunca me esqueço que nos primeiros dois meses eu estava em casa e vi uma propaganda em horário nobre, que deve ser caríssima, o prefeito divulgando a reforma de uma cobertura de um posto de saúde e uma passarela ali no Comasa do Boa Vista. Eu acho que o valor dessas duas “obrinhas” deve ter custado o mesmo valor da mídia. Meu Deus do céu! E sobre a limpeza dos rios? Aquilo foi feito com dinheiro do Estado e do Governo Federal.

Eleições: passado, presente e futuro

Derrota nas eleições
O motivo da derrota? A exaustão do poder. Nós estávamos há 12 anos no poder. Era uma tendência de mudança natural. Eu perdi, mas continuei de cabeça erguida.

A influência da prisão do Norival Silva
É difícil avaliar. O Norival era um secretário como tantos outros da gestão do prefeito Tebaldi que se complicou e caiu. Isso foi ruim pra gestão e para a campanha como um todo. Tudo que acontece em uma gestão de errado repercute negativamente.

Darci está reeleito?
Não. Claro que não. Eu considero que a população tem aceitado bem o meu trabalho. Não só eu, o Kennedy e o Nilson Gonçalves. Temos feito um bom trabalho na Assembleia. Mas, eu estou trabalhando em Joinville e fora de Joinville. Na última eleição eu trabalhei muito pouco fora de Joinville.

Tríplice Aliança
O Raimundo Colombo é candidato ao governo. Pode escrever isso, com tríplice ou sem tríplice. Ele é candidato ao governo. Ele é o segundo colocado nas pesquisas e isso é ponto pacífico. Agora, nós queremos a tríplice com o PMDB e o PSDB.

Aumento de 60% na taxa de esgoto revolta moradores

GISELE KRAMA
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Moradores dos bairros Fátima e Adhemar Garcia estão revoltados com o aumento na tarifa de esgoto. As famílias pagavam o índice de 50% sobre o valor do consumo de água, mas a partir de março a Companhia Águas de Joinville promete aumentar para 80% o valor sobre a água.

Quem promete não deixar barato a situação são entidades organizadas como a Associação de Moradores Aristides Paiva, do Fátima, e o vereador Maurício Peixer (PSDB).

O vereador já apresentou moção pedindo para o prefeito manter a tarifa em 50%. Também vai entrar com projeto de lei para tentar barrar o aumento. Simultaneamente, os moradores realizam um abaixo-assinado para ser entregue à prefeitura.

Conforme estimativa de Peixer, aproximadamente 1,2 mil famílias serão atingidas com o aumento. “É injusto cobrar porque havia contrato com a antiga companhia (Casan)”, diz o parlamentar.

Os dois bairros têm sistema de tratamento de esgoto há mais de 15 anos. Conforme o presidente da Associação de Moradores Aristides Paiva, Valter Feliciano, na época em que a Casan implantou o sistema foi feito um acordo em que a tarifa de esgoto ficaria em 50% e não sofreria reajuste.

Representantes da Companhia Águas de Joinville foram até o Fátima falar sobre o aumento e apontaram como possível solução que as famílias carentes façam o cadastro de tarifa social. Assim, quem não tiver condições, pagará R$ 9,55 de tarifa de água e mais 80% deste valor referente ao esgoto.

Valter alerta que muitas famílias não se enquadram na tarifa social e serão prejudicadas com o reajuste. “Vamos falar com o prefeito para que não haja o aumento. Isso é absurdo”, diz o presidente da associação.

Conforme Valter, alguns moradores chegam a pagar R$ 200 de água por mês. “Vamos exigir que o povo não pague mais”, diz. São aproximadamente 250 famílias do Fátima empenhadas em barrar o aumento.

Comunidade mobilizada

Nesta sexta-feira (12), vai acontecer uma reunião entre a comunidade para articular formas de manter os valores atuais da tarifa de esgoto. “Temos moradores que já chegaram a procurar o Procon”, explica o presidente da associação, Valter Feliciano.

Segundo o gerente da Unidade Técnica da Amae (Agência Municipal de Água e Esgoto), Adriano Stimamiglio, a iniciativa de aumentar a tarifa de esgoto partiu do Conselho Municipal de Água e Esgoto, presidida por José Mário Gomes Ribeiro. A gestão do conselho termina neste mês de março.

O gerente explica que as pessoas que não tiverem condições de pagar terão que pedir subsídio com a tarifa social. “Alguém vai ter que pagar”, destaca Adriano, pois, segundo ele, os 80% de taxa não cobrem as despesas de tratamento de esgoto.

Adriano explica ainda que boa parte da população do Fátima e do Adhemar Garcia não é mais carente como era há 15 anos.

Questionado sobre o motivo de só haver aumento na tarifa este ano, já que a Amae existe desde 2001, ele afirma que os ajustes estão sendo feitos aos poucos. Ele diz que este aumento já deveria ter sido praticado em 2004.
A reportagem tentou falar com a Companhia Águas de Joinville sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Perfil Econômico

Conforme dados do Ippuj (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville), o Adhemar Garcia tem cobertura de 45,24% da rede coletora de esgoto. Já o salário médio da população não chega a R$ 765. E o pior dado: 14% dos moradores não chegam a ganhar um salário mínimo. São mais de 10 mil moradores do bairro. E, segundo Diagnóstico Social da Criança e Adolescente, feito pelo Conselho Municipal da Criança e do adolescente e a Assistência Social, os chefes de família recebem em média R$ 500 por mês.

Já no bairro Fátima, cuja população é de quase 15 mil, somente 20,08% tem rede coletora de esgoto, conforme o IPPUJ. Das pessoas que vivem no bairro, 20% não chegam a ganhar um salário mínimo. O diagnóstico também aponta que os chefes de família recebem em média R$ 450, um dos piores índices de Joinville.

Aulas recomeçam e turno intermediário também

GISELE KRAMA
giselekrama@gazetadejoinville.com.br

Na segunda-feira ensolarada, dia 8, com calor de quase 40°, dezenas de mães e crianças esperam ansiosos pelo primeiro dia de aula do lado de fora da escola Joaquim Félix Moreira, no bairro Paranaguamirim. O sol forte não impede que os pequenos alunos voltem com alegria a estudar e a reencontrar os coleguinhas.

Muitos destes têm que enfrentar o calor do meio da manhã, pois estudam no turno intermediário. São aproximadamente 300 crianças que devem frequentar as aulas no horário das 10h30 até as 14h30, em toda a rede municipal de ensino.

Ketlin Caroline Fossile, 7 anos, é uma destas crianças. Agora, ela volta feliz para a escola e com saudade das companheiras de sala de aula. Ketlin vai estudar na segunda série do Ensino Fundamental.

Mas nesse ano a garotinha terá um companheiro a mais na escola: o seu irmão de 6 anos, Paulo Sérgio Fossile. Ele frequentará a primeira série.
Nervoso, se esconde atrás da mãe, com medo dos rostos estranhos que vai encontrar. “Ele está nervoso, quase quebrando os dedos”, diz a mãe e dona-de-casa, Valdete Fidêncio, 35 anos.

PORTÕES FECHADOS
Mães, pais, estudantes e irmãos permanecem no sol. As pessoas invadem a rua já que a calçada é pequena e não comporta a multidão que começa a se formar perto das 10h30.

No meio do aglomero, Ketlin traça suas metas para este ano e diz que vai estudar bastante. Mas ela também quer brincar no parquinho da escola que, por enquanto, está fechado. A garota interrompe a conversa e lembra com alegria que o pai trouxe eles para o colégio de Kombi.

Ela também conta eufórica para a reportagem que já viu duas coleguinhas chegarem. Ketlin não aguenta mais ficar sem estudar e diz que está com saudade dos professores. “É tão legal voltar para a escola”. Ela exibe o caderno novo, com folhas cor-de-rosa, e a mochila.

Sem saber ler, nem escrever, mas na segunda série

Enquanto isso, Paulo Sérgio, irmão de Ketlin, continua abraçado com a mãe e com vergonha. Ele quer ir para a escola para aprender a ler. Conta, meio cabisbaixo, que está ansioso para fazer novos amigos. “Paulo não fez o pré-escolar”, diz Valdete.

No meio da divertida conversa com a mãe e as duas crianças, uma dura realidade transparece. Apesar de Ketlin já estar na segunda série, ela ainda não sabe ler e nem escrever. “Eu não sei escrever o meu nome”, diz a menina. E o problema não para por aí. Ela passou para a série seguinte, mesmo sem estar alfabetizada.

Ketlin ainda enfrenta a agressividade de outras crianças. Um coleguinha ficava batendo nela na escola. A mãe teve que ir várias vezes falar sobre a situação com a professora. O motivo da violência era que Ketlin não queria emprestar um lápis para o menino.

Mas estes problemas não deixam a garotinha triste. Ela já faz planos para o futuro e diz que vai ser professora. “Vou ensinar os alunos a escrever, a ler e a pintar”, adianta.

Já Paulo Sérgio explica que quer trabalhar junto com seu pai. Mas o que gosta mesmo é de futebol e é torcedor do Flamengo.

As histórias da Ketlin e de Paulo Sérgio se misturam com a realidade de diversos alunos que chegam à escola, cheios de sonhos e de alegria.

Trazem nas costas as mochilas novas, os cadernos, os lápis de cor. As mães, embaixo do sol forte, ajudam a carregar o restante do material, como cartolina e diversos papeis.

Prefeitura deve dar mais dinheiro para a Parada Gay

Já começaram os preparativos para organizar em junho de 2010 a segunda edição da Parada Gay em Joinville. A expectativa é de que o evento deste ano receba da Prefeitura mais do que os R$ 25 mil gastos em 2009.

De acordo com o gerente de difusão cultural da FCJ (Fundação Cultural de Joinville), Cristóvão Petri, a organização não-governamental Arco Íris, que representa o público LGBT (lésbica, gays, bissexuais, travesti e transexuais), está se movimentando, com o apoio do governo Carlito, e tentará através de leis de incentivo atrair investimentos da iniciativa privada.

No último sábado (6) a Marinete Merss, esposa do prefeito Carlito, confirmou a imprensa que este ano a prefeitura dará mais apoio aos eventos ligados a diversidade.

O anúncio foi feito durante o baile de carnaval Gala Gay, que aconteceu na Boate UP, onde a primeira-dama foi uma das juradas que elegeram a transformista Lohane Stronger como destaque da noite.

EDITORIAL: Invertendo os papeis

Por mais rica que seja uma cidade é preciso priorizar seus recursos. De nada adianta Joinville ter a maior arrecadação de Santa Catarina se, na hora de gastar, a Publicidade vem antes da Saúde, da Educação e do Transporte Coletivo.

O Executivo pediu, no orçamento deste ano, R$ 15 milhões para gastar em publicidade e nada para o transporte coletivo. Conseguiu R$ 11 milhões.

Causa estranheza que no orçamento de 2010, elaborado pela prefeitura, o transporte coletivo tenha sido completamente ignorado.

Desde julho do ano passado que a prefeitura sabe da sentença judicial que derrubou o benefício para os idosos de 60 a 64 anos. Nela, o juiz Maurício Cavallazzi Povoas, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville, deixa claro que para “dar” a isenção a prefeitura teria que indicar a fonte de custeio. Portanto, em dezembro, quando Carlito mandou o orçamento para a Câmara de Vereadores, já sabia que precisava colocar nele verba para subsidiar as passagens.
A prefeitura, deliberadamente, aumentou o valor da publicidade para R$ 11 milhões, mesmo sabendo que com muito menos poderia garantir a gratuidade para os idosos e ainda reduzir o valor da passagem.

Os órgãos de comunicação, jornais, rádios e TVs se calaram. Um silêncio que está sendo regiamente recompensado pela farta publicidade que diariamente recebem da prefeitura.

A imprensa que deveria fiscalizar e mostrar eventuais desvios do dinheiro público tornou-se cúmplice com seu silêncio.

A publicidade, e não o atendimento à população, passou a ser a prioridade da gestão Carlito Merss.

EDITORIAL: Celulares na caixa, por favor

Acabou o suspense sobre o encontro que aconteceu no hotel Tannehoff, e que, durante dois dias reuniu o prefeito Carlito Merss e sua equipe de governo. Um rigoroso esquema anti-vazamentos foi montado. Ninguém pôde sequer levar celulares para o local das reuniões, todos tiveram que deixá-los na caixa, do lado de fora.

Razões para tanto mistério só se saberia ao final da grande reunião entre Carlito e seus comandados, já que a “roupa suja” seria lavada. Especulava-se também que grandes mudanças estariam a caminho.

Dizia-se que os secretários que não tinham mostrado competência no primeiro ano seriam trocados. Entre os candidatos a degola estava o secretário da Fazenda Márcio Florêncio que fez a lambança de “achar” um rombo de R$ 100 milhões no caixa da prefeitura que na verdade nunca existiu, segundo o Tribunal de Contas de SC.

Para os analistas, o prefeito estaria disposto a reconhecer seus erros e mudar radicalmente as ações de seu governo, cortando na própria carne e retirando os secretários comprovadamente incompetentes.

Pois bem, reunião encerrada, a imprensa é informada dos seus resultados.

Nenhum secretário ou diretor foi substituído. Na avaliação do prefeito o problema não está na prefeitura ou nas Fundações Municipais. O problema é da falta de publicidade oficial.

Segundo Eduardo Dalbosco, braço direito do prefeito Carlito: “o governo precisa melhorar a comunicação à população sobre as ações do governo petista. A cidade não sabe o que o governo faz. Aí, parece que o governo está parado”.

O grande suspense foi revelado. O valor recorde de R$ 11 milhões do orçamento para publicidade será torrado integralmente neste ano para que o povo não continue a pensar que a prefeitura está parada.

“Governo Carlito pode ser a pior decepção que Joinville já teve”

da redação
redacao@gazetadejoinville.com.br

Francisco de Assis, formado em gestão pública, já foi presidente do Partido dos Trabalhadores de Joinville (PT), vereador (1996 -2000), duas vezes deputado estadual (1998 a 2006) e, atualmente, é o segundo suplente de deputado federal. Filiado há mais de 20 anos ao PT, o ex-deputado é considerado um dos principais expoentes do partido em Joinville. Assis conversou com a Gazeta, expôs sua decepção com o governo Carlito e seus planos políticos para 2010.

Assis alega sofrer uma ferrenha e implacável perseguição do grupo político que hoje comanda Joinville. No entanto, apesar de demonstrar aflição com a paralisia na gestão da cidade administrada por seu partido, afirma que é pré candidato a deputado federal nas eleições de 2010, e que seu nome é consenso entre os militantes do PT, inclusive de alguns que participam da administração municipal.

Como a maioria dos joinvilenses, Assis não esconde sua decepção com a gestão de Carlito Merss que, segundo ele, ajudou a eleger, fazendo campanha de casa em casa.

O petista reprova categoricamente a forma como se deu o aumento na passagem do transporte público. “Essa foi uma decisão única e exclusiva do prefeito”, lamentou. Ele também fez um alerta, “se esse governo não melhorar trará reflexos negativos irreversíveis ao PT em Joinville, porque até agora não disse para que veio”. Francisco de Assis foi enfático ao mencionar que a desculpa de lançar a responsabilidade da atual inércia na gestão anterior, não cola mais e classificou como incompetente a atuação do secretário da fazenda, Marcio Florêncio.

Entrevista • Deputado francisco de ASSIS (PT)

Fora do governo
De fato, foi uma surpresa negativa pra muita gente o prefeito não ter me chamando para discutir o governo ou conversar sobre a política de aliança. Veja que no 2º turno eu fui um dos coordenadores da campanha do comitê supra-partidário, fui convidado. Eu fui um militante que fez campanha de casa em casa pedindo voto para o Carlito. E depois disso, nem sequer agradeceram. E isso não foi somente comigo, outros militantes e fundadores do partido sofrem a mesma coisa. É uma perseguição política implacável que estão fazendo. Eu me emociono ao lembrar nossa conquista, da vitória.

Perseguição política
Eu tive três amigos que foram exonerados do gabinete do vereador Beline Meurer. Três ex-assessores meus. A Rosimary, do Bom Retiro, o Valdir do Nova Brasília e o Orides que mora no Espinheiros. O que aconteceu com esses três companheiros foi um ato de covardia. Esse é o tipo de perseguição que nós não aceitamos nem mesmo de nossos adversários, imagine entre nós do PT.

Aumento da água e do ônibus
O que faltou foi um dialogo mais aberto. Todo mundo foi pego de surpresa com a decisão fechada no gabinete do prefeito. Isso é o de mais estranho que eu vejo. Os vereadores de nossa bancada sequer tiveram acesso para discutir com o prefeito essa questão do aumento. Quando se soube, foi através da imprensa. Foram longos meses de discussão e, na hora de decidir, o prefeito decidiu sozinho. E ainda pior, um aumento acima da inflação em uma decisão tomada dentro de um gabinete sem ninguém da bancada estar participando.

Carta do vereador Mariano
Eu penso que o Adilson Mariano está sendo coerente. Ele manteve a postura. É vereador do PT. Esse descontentamento dele é aquilo que eu já falei. Foi da forma como se concedeu esse reajuste na passagem do ônibus e a carta que ele enviou à imprensa, expressa justamente o seu descontentamento com a política adotada pelo prefeito e seu partido.

Rombo de R$ 100 milhões
Em Joinville a Secretária da Fazenda é um exemplo disso. Essa briga com o governo anterior falando e lembrando o tempo todo de uma dívida de R$ 100 milhões e que depois se comprovou que não era isso, mostra a incompetência do secretário que também acabou comprometendo o governo. Esse é um dos piores setores desse governo, porque ao invés de trabalhar, produzir e mostrar a que veio, fica apenas lembrando o passado, e pior que isso, de forma errada.

O pior de todos
O presidente Lula teve a sabedoria e a inteligência de colocar pessoas competentes no governo e substituir algumas quando necessário. Esse ano em Joinville foi muito dificil, com uma administração que ainda não disse por que veio e é visível que a população de Joinville também tenha esse sentimento. E, se não melhorar vai ser a pior decepção que Joinville já teve.

Esperava mais
Se você fizer uma pesquisa em Joinville vai constatar que todo mundo pensava bem diferente. Que seria um governo de fato para toda sua gente. Você imagine, eu me preparei para o serviço público, me formei em Gestão Pública, e apesar de minha ficha de serviços prestados ao partido não fui chamado nem mesmo para discutir questões de governo. Isso só tem um nome, perseguição política, perseguição barata, uma coisa de ignorante

Candidato a deputado federal
A maioria expressiva dos companheiros do PT em Joinville entende minha candidatura como natural e lógica. É claro que eu gostaria que fosse candidatura única, mas, sabe-se que é difícil porque o PT de Santa Catarina exige que Joinville, uma cidade com mais de 300 mil eleitores, tenha pelo menos dois candidatos a federais.

Apoio da militância
Pelo apoio que eu recebo nas reuniões semanais que realizo nos bairros da cidade, acho que a maioria, principalmente dos núcleos do PT me apóia. Muitos que estão no governo, apesar de apoiarem minha candidatura não se sentem a vontade em declarar isso abertamente, talvez, até por receio de algum tipo de perseguição. Foi o que aconteceu com os assessores do vereador Belini Meurer, que foram exonerados de seus cargos por isso. E isso, não foi determinação do vereador e sim do governo.

“Máquina” a serviço de Marinete
Eu torço para que ela faça uma boa votação porque isso ajuda o PT a eleger mais deputados federais. Ela vai ter o apoio da máquina da prefeitura, mesmo que não seja por livre vontade das pessoas, mas, talvez por pressão. E se isso acontecer vai ser lamentável, se tiver pressão de prefeito, pressão de secretário em cima de servidores pra fazer campanha. Isso é algo que o PT e os petistas não admitem, não aceitam em hipótese alguma. Mas, tomara que não aconteça dessa forma, e se for, isso não me intimida.